03 abril 2007

Cotas escolares

Sábado estava assistindo um programa de TV que apresenta jovens adolescentes, representando seus Estados, competindo numa simples soletração de palavras. Neste programa havia três adolescentes, um gaúcho, uma mato-grossense e um carioca. O gaúcho um menino, branco, bem quisto, residente numa boa casa, com uma família da mesma qualidade. A mato-grossense, mulata, também de um atributo cultural acima da média. O carioca, negro, e “malandro” com a ginga carioca e apoiado pela escola e família. Todos os três passaram por uma seletiva dentre todos os alunos de sua respectiva escola. Escolas que foram mostradas e estavam em boas condições de estrutura, professores lecionando, alunos uniformizados, limpeza, etc...
Neste desafio, imaginas quem se saiu melhor? O carioca. E negro. E sabe por que estou citando todos estes detalhes? Porque acho o cúmulo do preconceito e da afirmação de que negros são inferiores mentalmente e que precisam destas cotas em universidades. É lógico que negros, mulatos e índios não são mentalmente inferiores. Todos são capazes desde que tenham a oportunidade e o direito de usufruir dum ensino de qualidade, que é fruto do seus impostos pagos. Essa situação de que devido a anos de preconceito, de recriminação e abandono das ações sócio-educativa e sócio-cultural, achou-se que essa seria a medida paliativa para resolver o problema. Como no Brasil tudo se resolve no jeitinho, vamos dar uma cota para uma camada da sociedade e achamos que encontramos a solução do problema. Essa não é definitivamente a solução do problema. A solução é a educação de base, de qualidade, com estrutura educacional, com pedagogia única e igual para todos, em Manaus ou em Florianópolis, de Sinop a Porto Seguro. Essa educação tem de valorizar o professor, treiná-lo, incentivar graduação, mestrados e pós-graduação com salários honestos. Assim você estrutura a base das novas gerações por igual e sem discriminação por cor ou raça.
Tudo isso ampara a dificuldade de aprendizado que vários alunos, sejam brancos, negros, mamelucos, cafuzos, índios ou amarelos, enfrentam no ensino de gramática, matemática ou geografia. Que existe preconceito racial no Brasil, infelizmente é verdade mas essa atitude só faz com que haja mais preconceito e discriminação.
O exemplo do jovem carioca é a expressão mais honesta e verdadeira de que, se receber o ensino de qualidade, ele vai chegar longe.

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