12 janeiro 2009

As ondas desfaziam em meus pés

Estava numa baita expectativa de que isso fosse acontecer... sabe como criança se comporta nessas ocasiões...aniversário, presentes, surpresa...o que será que viria de presente nos meus 8 anos?!
E se realizou!!!...nem acreditava... acho que foram umas 5 noites seguidas só pensando como seria pela primeiro vez ver o mar e o infinito que nele se desenha.
Foi meu presente de 8 anos de idade. Conhecer o mar.
Tinha aquela prancha de isopor pequena que usava na piscina, que pegaria jacaré com ela. Queria um chinelo novo, uma bermuda legal e uma regata. Boné era o que tinha ganhado de uma tia que trouxe dos EUA, dos Los Angeles Lakers, roxo e com 7 linhas (original).
No caminho, longas pontes sobre alguns lagos, uma estrada ruim e perigosa, um bica d´água que paramos para beber água e meu tio Walter disse ao entrar no carro após matar a sede que eu estava esquecendo de fechar a torneira...e eu tão entusiasmado com tudo fui voltando para fechar...rs
A pousada era na frente da praia, de algumas irmãs beneditinas, era uma casarão antigo mas todo reformado e bem cuidado...tinha uma barraca que vendia peixes grandes do outro lado da rua, um calçadão e gente para todo lado. Minha vontade era ir logo para o mar e pular as ondas, mergulhar...chegamos perto da hora do almoço e logo depois fomos para a praia. Tia Zelinda e tio Walter levaram cadeiras e uma esteira. Nunca esquecerei da cena deu olhando para o mar e as ondas bem pequenas vindo e desfazendo nos meus pés...pés pequenos e com um sorriso no rosto que ia de orelha a orelha...minha reflexão era: ‘ nossa...as ondas não páram...é uma atrás da outra’ quem será que faz isso? De onde vem?
Hoje, passados 22 anos, volto a mesma praia, no mesmo lugar onde ví o mar pela primeira vez e me emociono em lembrar deste momento, exatamente igual. As ondas vindo e se desfazendo nos meus pés... Me emociono e instantaneamente me lembro da tia Zelinda, que sempre esteve do meu lado e me proporcionou este momento único. Neste momento, olhei para o céu entre nuvens e agradecí a ela, pois é lá que ela está.
E neste dia tentei dar as minha sobrinhas, o mesmo carinho e atenção que um dia eu recebí de uma pessoa muito especial.