Estava numa baita expectativa de que isso fosse acontecer... sabe como criança se comporta nessas ocasiões...aniversário, presentes, surpresa...o que será que viria de presente nos meus 8 anos?!
E se realizou!!!...nem acreditava... acho que foram umas 5 noites seguidas só pensando como seria pela primeiro vez ver o mar e o infinito que nele se desenha.
Foi meu presente de 8 anos de idade. Conhecer o mar.
Tinha aquela prancha de isopor pequena que usava na piscina, que pegaria jacaré com ela. Queria um chinelo novo, uma bermuda legal e uma regata. Boné era o que tinha ganhado de uma tia que trouxe dos EUA, dos Los Angeles Lakers, roxo e com 7 linhas (original).
No caminho, longas pontes sobre alguns lagos, uma estrada ruim e perigosa, um bica d´água que paramos para beber água e meu tio Walter disse ao entrar no carro após matar a sede que eu estava esquecendo de fechar a torneira...e eu tão entusiasmado com tudo fui voltando para fechar...rs
A pousada era na frente da praia, de algumas irmãs beneditinas, era uma casarão antigo mas todo reformado e bem cuidado...tinha uma barraca que vendia peixes grandes do outro lado da rua, um calçadão e gente para todo lado. Minha vontade era ir logo para o mar e pular as ondas, mergulhar...chegamos perto da hora do almoço e logo depois fomos para a praia. Tia Zelinda e tio Walter levaram cadeiras e uma esteira. Nunca esquecerei da cena deu olhando para o mar e as ondas bem pequenas vindo e desfazendo nos meus pés...pés pequenos e com um sorriso no rosto que ia de orelha a orelha...minha reflexão era: ‘ nossa...as ondas não páram...é uma atrás da outra’ quem será que faz isso? De onde vem?
Hoje, passados 22 anos, volto a mesma praia, no mesmo lugar onde ví o mar pela primeira vez e me emociono em lembrar deste momento, exatamente igual. As ondas vindo e se desfazendo nos meus pés... Me emociono e instantaneamente me lembro da tia Zelinda, que sempre esteve do meu lado e me proporcionou este momento único. Neste momento, olhei para o céu entre nuvens e agradecí a ela, pois é lá que ela está.
E neste dia tentei dar as minha sobrinhas, o mesmo carinho e atenção que um dia eu recebí de uma pessoa muito especial.
12 janeiro 2009
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